Uma nova tragédia socioambiental arrasta vidas humanas em Brumadinho, soterra a já fragilizada bacia hidrográfica do rio Paraopeba e nos convoca à esperança de encontrar vida em meio à lama de rejeitos. Mas o que está acontecendo com as minas de Minas?

O Instituto Espinhaço vem manifestar sua profunda tristeza com a tragédia que se abateu sobre Brumadinho. Também por isso, registramos nossa solidariedade para com as famílias das vítimas de mais essa tragédia socioambiental, em Minas Gerais. Neste momento de profunda dor e tristeza, nos colocamos ao lado e irmanados com aqueles que estão em desespero e lamento, sofrendo, sobretudo, com as famílias das cerca de 150 pessoas que continuam desaparecidas em meio à tragédia. Somamos nosso coração à corrente de força e fé para auxiliar os aflitos e atingidos.

Essa tragédia humana e ambiental nos traz, de forma imperativa, a necessidade urgente de reavaliação e profunda transformação nos processos de fiscalização e de manutenção das mais de 450 barragens que existem atualmente em Minas Gerais. Importante registrar que 10% delas precisam ser monitoradas de perto devido aos perigos de ruptura que podem ter efeitos graves para núcleos humanos e para o meio ambiente, no Estado.

A tragédia do rompimento da barragem da mineradora Vale, na Mina Feijão, em Brumadinho, causou uma avalanche de lama e rejeitos de mineração que devastou parte da comunidade da Vila Ferteco, no início da tarde desta sexta-feira, 25 de janeiro. Mas a pior avalanche é a da desesperança, que tem uma vinculação nefasta com outra, associada à impressão de “normalidade”, tendo em vista ser este o segundo episódio, três anos após a tragédia de Mariana. Naquele momento foi o rio Doce. Agora, o São Francisco….. e amanhã?

O rio Paraopeba, já tão castigado pelo descaso histórico (assim como a grande maioria dos nossos rios) ao longo de séculos, agora também receberá um rastro de destruição, colocando em risco o abastecimento de milhares de famílias em mais de 48 municípios ao longo da bacia do Paraopeba, além de causar um profundo desequilíbrio nos ambientes naturais associados à vida naquela região.

Mais do que nunca é hora de unirmos esforços para apoiar as famílias da região. Após ajudar as pessoas, devemos pensar na recuperação da bacia, desde já, cobrando providências urgentes para esta grave tragédia.

O Instituto Espinhaço já atua na região de Brumadinho com o projeto Semeando Florestas, Colhendo Águas na Serra do Espinhaço, com ações de revitalização da bacia, a partir da restauração florestal com espécies de mudas nativas.

O momento é de tristeza e profunda reflexão e nos cabe a tarefa humanitária de prestar socorro e auxílio a todos os envolvidos direta e indiretamente na tragédia. Mas também é tempo de cobrar responsabilidades e atitudes para que outro episódio como este não ocorra em Minas Gerais. Mariana e Brumadinho já são exemplos suficientes. As minas de Minas não podem produzir apenas um imaginário associado a um mar de lama….  É preciso superar o momento e mudar essa história para que as minas possam cumprir o papel de desenvolver Minas, com responsabilidade, inteligência e sustentabilidade.

Luiz Cláudio Ferreira de Oliveira

Presidente do Instituto Espinhaço Crédito da imagem – Alexandre Guzanshe| Estado de Minas

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