Instituto Espinhaço Realizará o Seminário Internacional Pacto Pelas Águas

Além desta, outras ações acontecerão durante toda a semana como forma de refletir sobre a importância dos recursos hídricos

O Instituto Espinhaço promoverá o Seminário Internacional Pacto Pelas Águas, evento que tem como objetivo compartilhar conhecimentos e saberes sobre as águas e que acontecerá no dia 28/03, das 8 às 18h30, no Auditório – Instituto Espinhaço no Prédio da Fundação José Aparecido de Oliveira, Rua Daniel de Carvalho, Nº 260 – Centro, na cidade de Conceição do Mato Dentro-MG.

O Seminário Pacto pelas Águas objetiva aguçar a percepção das pessoas sobre o sentindo das águas em suas vidas. Águas que permitem a capacidade básica de viver e que, também, geram movimento, resiliência, revigoramento e regeneração.

O Seminário Internacional Pacto pelas Águas ofertará um conjunto de expositores que compartilharão informações, conhecimentos e experiências transformadoras que objetivam contribuir com elementos para uma nova visão e novas práticas em relação às águas no território de Conceição do Mato Dentro e na Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio, reverberando como uma modelagem na Década da Ação da Água da ONU.

Faça sua inscrição: bit.ly/42EINRm

Mais Sobre o Evento

Visões sobre a natureza, as águas e a agenda ambiental

A contemporaneidade exige que tenhamos um olhar mais profundo diante dos fatos e das manifestações das diferentes formas de vida da natureza. Não somente como atitude de valorização compensatória por desequilíbrios nos modos de vida do ser humano; mas, sobretudo, como nova atitude planetária a ser construída com e em diferentes frentes.

No centro da sociedade moderna, contrapõem-se duas correntes, o antropocentrismo e o ecocentrismo. A primeira valoriza o ser humano de modo eucêntrico e singular, colocando a natureza e a vida em sua constante dependência; a segunda nasce como tentativa de deslocar a basilar importância do homem, valorizando a integração ecológica entre tudo e todos. Nesse cenário, a interrogação que se faz recai sobre a possibilidade de uma possível harmonia entre ambas as correntes.

A possível harmonia entre pessoas e natureza deve priorizar a vida em vez das formas e das inteligências. Como já comprovado pela ciência, a vida é uma manifestação universal, e a conexão íntima e indissolúvel entre tudo e todos acontece desde os níveis aparentes até os níveis invisíveis, formando uma grande teia da vida. E de tal modo se estruturam os entrelaçamentos nos quais os conceitos de superioridade e de inferioridade entre espécies tornam-se frágeis e complexos.

O ser humano e a natureza estão, cada vez mais, perpassados por complexas relações entre si, de ordem ecológica, política, econômica, social, histórica, entre outras. Enquanto parte do ambiente natural (a teia da vida), os seres humanos dotam a natureza de sentido, conferindo a ela diversas e mutáveis significações ao longo da história da nossa civilização. Por meio desse processo de apropriação material e simultaneamente simbólica, nós humanos conferimos à natureza uma “existência social” que ultrapassa a simples mercantilização da natureza e dos aspectos vitais.

Também por isso, priorizar a visão da vida ou do biocentrismo, em toda a sua dimensão imanente e transcendente, talvez seja o caminho do meio que possibilitará a recuperação e o diálogo entre as pessoas e a natureza. O entendimento de que a vida vincula a natureza e os seres é a fonte inspiradora de uma nova atitude planetária. A harmonia decorrerá do entendimento de que todas as formas de vida existem dentro de seu papel inserido num âmbito cósmico.

A transformação advém da consciência sobre a multiplicidade de saberes e relações existentes na teia da vida. Fundamenta-se no entendimento de que, além do pensamento racional, pragmático e imediatista, existe uma sabedoria presente na dimensão espiritual, ontológica e cósmica da relação entre o ser humano e a natureza. Essa conexão nos convoca a um novo estilo de vida, tendo em conta que tudo está interligado, sendo necessário buscar soluções integrais que possam trazer alento para as raízes comuns dos problemas ambientais, sociais, econômicos e culturais.

Estamos migrando de uma era tecnológica, caracterizada pelo desencantamento do mundo, para entrarmos em uma era ecológica, fundamentada em uma nova cosmologia, marcada por uma profunda consciência da presença do sagrado em cada aspecto da vida humana.

Uma Ética da natureza deverá ser tratada de modo integrador entre todos os seres vivos, estabelecendo novas relações cosmobioecológicas. É necessário e urgente repensar esse caminho e afirmar uma nova atitude que não mais sobreponha ou sustente o racional sobre o irracional, a forma de vida orgânica sobre a inorgânica, o ser humano sobre o mundo, inovando na integração interdimensional e implantando a consciência da inexistência de dualismo entre as pessoas e a natureza.

A temática da água, por sua vez, deve ser o epicentro das estratégias que todos nós propomos para uma transformação dos processos de desenvolvimento em nossa sociedade. Devemos articular e cuidar da água em todas as suas interfaces. Essa centralidade se dá não apenas em razão da agenda de segurança hídrica, mas, também, em razão dos imaginários mítico e místico associados às águas, desde o começo dos tempos. A água é fator civilizacional e é a pauta mais importante para o Brasil, que precisa se desenvolver, sem deixar ninguém para trás, como referenciado pela Agenda 2030/ONU.

A água é vista hoje não apenas como fonte da vida, mas também como foco de preocupação mundial, posto que a sua escassez coloca em risco a vida no planeta. Neste contexto, em que se busca conscientizar a população para a necessidade dos tipos de uso, conservação e manejo desse líquido, é importante compreendermos o seu valor simbólico na cultura ocidental.

A água ocupa um papel de centralidade nos mitos cosmogônicos de vários povos, notadamente, entre os gregos, os egípcios, os mesopotâmicos, os chineses, os indianos, os cristãos, os judeus, os muçulmanos, os celtas, etc. Todas as grandes civilizações do mundo foram potâmicas: nasceram, cresceram e se desenvolveram ao redor dos grandes rios do mundo: Nilo, Ganges, Tigre, Eufrates, Tibre, Tejo, Danúbio, Tâmisa, Urubamba… Três povos foram considerados impérios talassocráticos (aquáticos): gregos, fenícios e portugueses.

Hoje mais de um bilhão de pessoas ainda vivem na pobreza e não têm sequer acesso à água potável em todo o planeta. Em muitos países, há ondas crescentes de protestos que refletem as aspirações por um mundo mais próspero, equânime, justo e sustentável. Essa mesma aspiração faz movimentar, como correntes subterrâneas no oceano, o alvorecer de novos processos sociais na região de Conceição do Mato Dentro e no território da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio.

A segurança hídrica dos ecossistemas e das sociedades humanas, portanto, são entrelaçadas. Enquanto algumas medidas visam à preservação dos recursos hídricos beneficiam ambas as partes, outras medidas visam garantir especificamente a segurança hídrica humana. Por isso, a agenda da água em uma bacia hidrográfica, como a do Rio Santo Antônio, deve ser abordada de forma integrada, considerando não apenas a segurança hídrica humana, mas também as soluções baseadas na natureza e a recuperação de áreas degradadas.

Ainda que não seja uma tarefa fácil, o envolvimento das pessoas é a base do processo de cidadania ambiental e de ações transformadoras. Por meio da participação social, pretendemos ampliar as relações de pertencimento com o ambiente onde os cidadãos do território da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio estão inseridos e do qual são parte essencial. Esse sentido de pertencimento visa, também, transformar as condições objetivas e subjetivas que produzem os problemas socioambientais vivenciados nesse território.

No cotidiano das pessoas, escolhas são feitas por indivíduos, empresas, governos e instituições. Nosso futuro comum reside em todas essas escolhas. É preciso planejar em longo prazo e, para isso, é necessário encontrar outras abordagens, com soluções que exigem, acima de tudo, convergência e complementaridade, inteligência e coragem, ousadia e visão de futuro.

 

Ecohidrologia: Aprendizagem e difusão do conhecimento

O termo Ecohidrologia surgiu de maneira ativa em meados da década de 90, quando o Programa Hidrológico Internacional (IHP) da UNESCO evidenciou a necessidade de uma nova abordagem para lidar com o desafio da água em âmbito global. Atualmente, o conceito de ecohidrologia envolve o estudo interdisciplinar da relação bidirecional entre ecologia e hidrologia, que pauta a gestão dos recursos hídricos e o fortalecimento dos serviços ecossistêmicos.

A abordagem da ecohidrologia traz hoje um potencial para alavancar o conhecimento sobre o nexo água-desenvolvimento sustentável-clima-pessoas, sobretudo, por meio da promoção de estudos comparativos tanto no espaço quanto no tempo, além de estudos comparativos de escala e de metodologias, à medida que surgirem novas tecnologias e técnicas. A difusão de iniciativas e de novas metodologias que possam ampliar os conhecimentos para grupos da sociedade, por meio de ações cooperadas, são essenciais, por exemplo, para a Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio, promovendo, por exemplo, o intercâmbio de dados a partir de colaborações entre instituições com diferentes áreas de atuação. De igual maneira, a ecohidrologia pode cooperar na caracterização dos processos hidrológicos superficiais e subterrâneos, principalmente onde não houver séries históricas disponíveis, estabelecendo uma base de dados comum e aberta para o compartilhamento facilitado de informações não apenas para fins de pesquisa como também de gestão e políticas públicas.

O Seminário Internacional “Pacto pelas Águas” propõe uma inflexão sobre a singularidade da epopeia civilizacional da história da humanidade e sua relação com a vida no planeta. Essa reflexão tem como fundamento o fato de que todas as civilizações do passado, assim como as sociedades do presente, serviram-se e servem-se dos rios para assegurarem o simbolismo existencial dessas sociedades, bem como a sua sobrevivência e prosperidade material. Definitivamente, a história não pode ser contada e compreendida sem a relação humana com as águas dos rios e dos ativos naturais por eles oferecidos.

De fato, do ponto de vista da rede sistêmica da vida e em uma perspectiva antropológica, os rios são uma extensão das pessoas, uma extensão da forma como elas vivem e se relacionam. De igual maneira, os rios refletem o que o ser humano faz com a natureza, e as águas refletem o que os homens fazem fora delas. Assim, o Rio Santo Antônio e suas miríades de coleções hídricas que contribuem com suas águas são as extensões explícitas dos cidadãos de Conceição do Mato Dentro (e de sua bacia hidrográfica), e suas águas refletem o modelo civilizacional adotado em seu território.

Por essas e outras razões é que as pessoas estão no centro da inflexão proposta pelo Pacto pelas Águas. Essa estratégia visa contribuir de forma ativa com uma nova visão de mundo, a partir de seu Genius loci e do caudal simbólico da cultura, da memória, da história e da geografia que permeia a vida desse tricentenário município. Também por isso, o envolvimento das pessoas é a base do processo de cidadania ambiental que o Seminário propõe ressignificar em Conceição do Mato Dentro, tendo em vista que, por meio da participação social ativa, com ações cooperadas e organizadas, podemos ampliar e fortalecer as relações de pertencimento das pessoas com os territórios mentais e físicos, transformando as condições objetivas e subjetivas que conferem causa e significado ao conjunto de problemas socioambientais vivenciados no território da Bacia Hidrográfica.

 

A Centralidade da água na história de Conceição do Mato Dentro

O povoamento da região do município de Conceição do Mato Dentro teve início quando as bateias dos sertanistas encontraram ouro nas águas do Córrego Cuiabá, local onde a vida se multiplicou e deu gênese ao primeiro núcleo social da antiga Vila de Conceição, no entorno de onde hoje se localiza a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Foram as águas do Cuiabá e, posteriormente, do Rio Santo Antônio que nortearam a ocupação do território e o desenrolar de uma saga civilizacional. Também por isso, o Seminário Internacional Pacto pelas Águas objetiva resgatar a história das águas de Conceição e, a partir dela, contribuir com o presente e prospectar um futuro melhor para as pessoas e a natureza.

Ressignificar as águas de Conceição, à luz de uma cultura regenerativa, promoverá um novo impulso para a convergência de visões e esforços para a recuperação dos mananciais e cursos d’água existentes no Município de Conceição do Mato Dentro. E, a partir das águas, apoiar, portanto, um pacto de paz nas relações das pessoas com a natureza e das pessoas com espaços rural e urbano. Como um ato carregado de simbolismo, o Seminário Internacional apoiará a comunidade local a fazer esse salto no tempo passado (resgate histórico) e uma projeção no tempo futuro (construção de uma nova história), a partir das águas seminais do Córrego Cuiabá, local onde, há mais de 300 anos, iniciou-se o adensamento populacional o qual evoluiu para uma complexa rede de fenômenos políticos, históricos e culturais.

O Seminário Internacional Pacto pelas Águas propõe criar uma Interação entre os mecanismos ecológicos de relação da biota com a ecohidrologia, retomando a interação entre as pessoas e as águas. Seres humanos são parte dessa equação, e o desequilíbrio nas relações humanas, inevitavelmente, prejudica também o processo de regulação natural.

Entre os objetivos do Seminário, está o de dar visibilidade e promover e celebrar a comunidade local e regional pela escolha do “Programa Plantando Árvores, Colhendo Florestas no Rio Santo Antônio”, implantado pelo Instituto Espinhaço em Conceição do Mato Dentro como Sítio Demonstrativo do Programa Hidrológico Internacional da Unesco, cuidando de apoiar a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e contribuir para os objetivos do Programa Hidrológico internacional da UNESCO. Também é objetivo do Seminário integrar e buscar evidenciar outras iniciativas que estão em andamento no município e estabelecer as condições para maior integração das ações e, consequentemente, alcance de maior escala de ações de recuperação ambiental na Bacia Hidrográfica na Bacia Hidrográfica do Alto Rio Santo Antônio.

Os diálogos entre as lideranças locais, regionais, nacionais e internacionais e as ações decorrentes do Seminário objetivam, ainda, contribuir com a disseminação de tecnologias e abordagens exitosas de recuperação ambiental, visando à regeneração em escala da vegetação nativa no território, contribuindo para a qualidade e a quantidade da água na Bacia Hidrográfica. O Seminário constitui-se em oportunidade de aproximação entre representantes do poder político local e federal, lideranças do terceiro setor, acadêmicos e especialistas de organizações internacionais.

Durante o Seminário, a disseminação e o compartilhamento de ideias e abordagens técnicas e científicas serão acompanhados, portanto, pela renovação do compromisso com abordagens integradas. Objetiva-se, também, fortalecer e regenerar as redes locais colaborativas, a partir do compartilhamento de propósitos e, em especial, da capacidade de ação transformadora, do balanceamento da relação das atividades humanas no território de Conceição do Mato Dentro com a preservação do ciclo natural da água e a indução de processos de melhoria de sua quantidade e qualidade.

O Instituto Espinhaço e seus parceiros realizadores desse Seminário Internacional atuam para o desenvolvimento de sociedades sustentáveis, a fim de desvelar o economicismo contido na proposta do desenvolvimento sustentável e enfatizar que os princípios da sustentabilidade devem ser ancorados pela construção de novas racionalidades, sustentados em valores e significados culturais de tradição e costume, em potencialidades ecológicas da natureza e na apropriação social da ciência e da tecnologia.

O enfoque proposto pelo Instituto Espinhaço parte de uma releitura ou uma nova visão sobre sociedades sustentáveis. Uma visão que seja holística, numa abordagem sistêmica, em que as várias dimensões da realidade se integram em um movimento de permuta entre os elementos que a compõem. Essa é a visão de mundo que gestou a ideia do Seminário Internacional Pacto pelas Águas e que acompanhará o seu desenvolvimento no espaço e no tempo conceicionenses.

Certo é que o desenvolvimento deve ser uma resultante da transformação da realidade como uma unidade formada de elementos que compõem subsistemas integrados. Economia, sociedade e meio ambiente, ancorados pela hélice da cultura, devem ser vistos como subsistemas da totalidade complexa, constituindo-se numa identidade integrada e organizada, em que cada qual define os limites e os condicionantes das outras. O olhar do Instituto Espinhaço tem esse enfoque, essa diretriz e esse objetivo de apoiar e fomentar novas relações com base no emergente paradigma ecológico/humanista caracterizados pelos valores da complexidade, do cuidado e da sustentabilidade.

 

O reconhecimento da UNESCO e seu contributo para a agenda das águas em Conceição do Mato Dentro

O Programa “Plantando Florestas, Colhendo Águas no Rio Santo Antônio”, desenvolvido e implantado pelo Instituto Espinhaço, em parceria com a empresa Anglo American e com o Governo Federal, foi selecionado no último dia 29 de dezembro de 2022, em Paris, na França, pela UNESCO, por meio do Programa Hidrológico Internacional (PHI), como parte da Rede Global de Sítios Demonstrativos de Ecohidrologia. O Instituto Espinhaço e seus parceiros percebem a relevância desse reconhecimento para Conceição do Mato Dentro, para a Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio e para toda a região. Também por isso, é fundamental marcar este momento e celebrar essa importante conquista que conecta as agendas e esforços locais em uma agenda global para o desenvolvimento sustentável.

Conceição do Mato Dentro é um município tricentenário que contribuiu decisivamente para a história e a cultura de Minas Gerais nos séculos 18 e 19. Na atualidade, possui destaque na economia do estado, ocupando hoje o 3º PIB per capita entre os municípios mineiros. Encravado entre cristas e vales da Cordilheira do Espinhaço, Conceição é marco da Estrada Real, com história e cultura significativas, destacando-se como um “Jardim das Efemérides” dado o relevante conjunto de belezas cênicas que o território de Conceição do Mato Dentro resguarda.

As águas em Conceição do Mato Dentro são inúmeras, generosas e puras. O Rio Santo Antônio é o principal manancial de abastecimento para a população urbana de Conceição do Mato Dentro, além de contribuir, desde suas nascentes, com o desenvolvimento e o abastecimento de dezenas de comunidades rurais e distritos do município, viabilizando-os.

Nos últimos anos, o município tem vivenciado um crescimento econômico acelerado e pujante, como resultado da atividade de extração do minério de ferro pela empresa Anglo American. A inserção do Programa “Plantando Florestas, Colhendo Águas no Rio Santo Antônio” como Sítio Demonstrativo Global estabelece a oportunidade para que Conceição do Mato Dentro torne-se referência mundial no aprendizado do desenvolvimento sustentável e como território onde as pessoas estabelecem uma relação de simbiose com o seu ambiente natural, sobretudo, com as águas. Neste sentido, é fundamental que a perspectiva do cuidado e da reciprocidade possam guiar as pessoas no território, de maneira que as oportunidades geradas pelo ingresso de recursos financeiros e econômicos sejam traduzidas em qualidade de vida e harmonia nas relações das pessoas com a natureza.

O Seminário Pacto pelas Águas objetiva aguçar a percepção das pessoas sobre o sentindo das águas em suas vidas. Águas que permitem a capacidade básica de viver e que, também, geram movimento, resiliência, revigoramento e regeneração.

A partir da boa notícia sobre a visibilidade global do Programa Ecohidrologia, o Seminário propõe, no âmbito do símbolo do mês das águas, um novo pacto pelas águas no território de Conceição do Mato Dentro, irradiando para o conjunto do território da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio, engajando a comunidaede local a partir de eixos simbólicos que possam fortalecer o tecido social e o imaginário comunitário de um espaço de promoção do conhecimento e do bem viver.

 

Sobre o Seminário Internacional Pacto pelas Águas

Ocorrerão atividades preparatórias para o Seminário Pacto pelas Águas por meio de palestras da equipe do Instituto Espinhaço em escolas do município de Conceição do Mato Dentro. As atividades com as crianças e jovens abordarão, entre outros, os eixos de significado e de pertencimento no território, imaginário social, cultura regenerativa, engajamento comunitário, culura de paz, riqueza ambiental, responsabilidade social e cooperação, além de protagonismo e presença, cuidado com elementos que estão tão próximos de nós – como a preservação da natureza e cuidado com as águas – contribuindo para a promoção de conexões e vínculos afetivos.

A programação do Seminário Internacional Pacto pelas Águas ofertará um conjunto de expositores que compartilharão informações, conhecimentos e experiências transformadoras que objetivam contribuir com elementos para uma nova visão e novas práticas em relação às águas no território de Conceição do Mato Dentro e da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Santo Antônio.

O Seminário Internacional Pacto pelas Águas está inserido no contexto de programação para a “semana das águas” de Conceição do Mato Dentro, movimento articulado e coordenado pela Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro, por meio da sua Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana, com o apoio da sociedade civil organizada e empresas.

 

Programação

Seminário Internacional

Pacto pelas Águas

28 de março – terça-feira

Local: Auditório – Instituto Espinhaço

Prédio da Fundação José Aparecido de Oliveira

Rua Daniel de Carvalho, nº 260 – Centro

 

  • 8h – Abertura:
    • Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro
    • Câmara Municipal de Conceição do Mato Dentro
    • Anglo American
    • Instituto Espinhaço
    • Governo Federal
    • Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional
    • Governo do Estado de Minas Gerais
    • Tribunal de Contas da União – TCU
    • Unesco – Brasil
    • Programa Hidrológico Internacional – PHI/Unesco
  • 8h20 – Água e governança: eixos estruturantes para o desenvolvimento sustentável

João Augusto Nardes – ministro do Tribunal de Contas da União – TCU

  • 8h40 – O cuidado com as águas na gestão pública: experiências desde Conceição do Mato Dentro

José Fernando Aparecido de Oliveira – prefeito municipal de Conceição do Mato Dentro

  • 9h – Água para o desenvolvimento: parcerias e cooperações como estratégias para o alcance do ODS 6

Fábio Eon – Coordenador dos Setores de Ciências Naturais, Ciências Humanas e Sociais da Unesco/Brasil

  • 9h20 – Águas, reúso e revitalização de bacias hidrográficas: atitudes que fazem a diferença

Tiago Alves – Gerente de Meio Ambiente Brasil / Anglo American

  • 9h40 – Eco-hidrologia e Desenvolvimento Sustentável: novas modelagens para o Desenvolvimento Sustentável dos Territórios

Miguel Doria – coordenador do Programa Hidrológico Internacional – PHI/Unesco na América Latina e Caribe

  • Diplomação pelo Programa Hidrológico Internacional / Unesco para o Projeto “Semeando Florestas, Colhendo Águas no Rio Santo Antônio” como um demonstrativo de Eco-hidrologia da Unesco.
  • Anúncio da Fase 2 do Projeto “Semeando Florestas, Colhendo Águas no Rio Santo Antônio” – Anglo American e Instituto Espinhaço.
  • 10h – Articulação Social como Estratégia para a Governança Territorial

Pedro Pontual – Secretaria Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Participação Social

  • 10h15 – Pausa
  • 10h30 – Águas para o Desenvolvimento no Brasil: o papel estruturante do Programa de Revitalização de Bacias

Alexandre Saia – diretor-subtituto Departamento de Recursos Hídricos e Revitalização de Bacias Hidrográficas – Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional

  • 10h50 – Percepções sobre oportunidades e responsabilidades na agenda das águas e na cooperação Brasil-França

Embaixada da França/Agência Francesa de Desenvolvimento – AFD

  • 11h10 – Estratégias para uma agenda transversal na gestão hídrica

Henrique Marinho Leite Chaves – eng. agrônomo (UnB), PhD em Hidrossedimentologia (Purdue University / National Soil Erosion Research Lab). É professor associado na Faculdade de Tecnologia-UnB e coordenador atual do Programa Graphic/Unesco na América Latina e Caribe

  • 11h30 – Águas, biodiversidade e desenvolvimento: oportunidades para o Brasil

Geraldo Wilson Fernandes – professor da UFMG, coordenador do Observatório da Biodiversidade Brasileira (OBB) e diretor técnico-científico do Instituto Espinhaço

  • 11h50 – Apresentação de caso: Sitio demostrativo de Ecohidrología Humedal Victoria Pond, Gran Exuma (Bahamas) – John Bowleg – GT Eco-hidrologia
  • 12h00 – Apresentação de caso: Sitio demostrativo de Ecohidrología Río Reventazón (Costa Rica) – Anny Chávez Quirós – GT Eco-hidrologia
  • 12h10 – Água e design de culturas regenerativas

Eduardo Henrique Coelho Weaver – engenheiro, MsC Universidade de Birmigan, conferencista da União Planetária e Sociedade Teosófica, instrutor da Gaia Education Internacional

  • 12h30 – Intervalo para o almoço
  • 13h30 – Rio Santo Antônio: plano ambiental integrado

Carlos Eduardo Teixeira Nery – presidente da Sociedade dos Amigos do Tabuleiro

  • 13h50 – Rio Santo Antônio: desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável na bacia hidrográfica

Flávia Martins Pantuza – bióloga, diretora geral e professora da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira – Funcesi, membro do Comitê de Bacia Hidrográfica do rio Santo Antônio, mestre em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Minas Gerais

  • 14h10 – Governança hídrica e visões de futuro: estratégias para o desenvolvimento sustentável de Conceição do Mato Dentro

Edileia Utsch – secretária municipal de Meio Ambiente de Conceição do Mato Dentro

  • 14h40 – Água, mobilidades e a tragédia dos comuns

Rafael Heiber (Espanha) – Co-fundador e diretor executivo do Common Action Forum (Fórum de Ação Comum) e membro fundador da Aliança Acadêmica de Estudos Conciliatórios no Oriente Próximo e Norte de África pela Universidade Friedrich Schiller (Alemanha). É doutor em sociologia, mestre em planejamento territorial e geógrafo.

  • 15h00 – Apresentação de caso: Sitio demostrativo de Ecohidrología Ciénaga de Zapatosa – Cuenca del río Magdalena (Colômbia) – Beatriz Hernandez – GT Eco-hidrologia
  • 15h10 – Clima e água: simbioses no novo estado do mundo

Ana Carolina Vasques Freitas – membro do Instituto Espinhaço, é graduada em Física, com mestrado e doutorado em Meteorologia e pós-doutorado em Ciências Atmosféricas. É professora adjunta e atual coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Itajubá – Unifei, Campus Itabira

  • 15h30 – A Agenda Estratégica da Água no estado de Minas Gerais

Marília Melo – secretária estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento  Sustentável – Governo do Estado de Minas Gerais, é engenheira civil, doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

  • 15h50 – Pausa
  • 16h –Passado, presente e futuro das águas do Mato Dentro: desafios e oportunidades para a civilização potâmica de Conceição

Luiz Oliveira – filósofo, fundador e presidente do Instituto Espinhaço

  • 16h20 – Minas Gerais e as águas: gênese do desenvolvimento da civilização mineira

Amilcar Martins, ex-professor da UFMG, doutor pela Universidade de Illinois (EUA), membro da Academia Mineira de Letras e diretor do Instituto Cultural Amilcar Martins

  • 16h40 – Novas fronteiras para o Desenvolvimento Sustentável

Roberto Messias Franco – geógrafo, ex-presidente do IBAMA e Presidente da Fundação Biodiversitas

  • 17h10 – Conceição do Mato Dentro no Jardim das Hespérides: o cuidado com as águas como gênese para o desenvolvimento sustentável

Luiz Márcio Haddad Pereira – arquiteto urbanista, antecipador do futuro, membro do Instituto Espinhaço.

  • 17h20 – Apresentação de caso: Sitios demostrativos Quebrada Park (Chile)  –  Francisco Riestra –  GT Eco-hidrologia
  • 17h30 – Apresentação de caso: Sitios demostrativos Los Paltas, Catacocha (Equador) y Cuenca Hidrográfica de Pelican Bay, Galápagos (Equador) – Marco Albarracín –  GT Eco-hidrologia
  • 17h50 – Água, territórios comunitários e bem viver

Mario Rodrigues (Bolívia) – educador popular com especialidades em interculturalidade, gestão cultural, comunicação, questões urbanas, povos indígenas, bem viver e economias de reciprocidade e redistribuição. É fundador e membro da equipe de coordenação nacional de Wayna Tambo – Red de la Diversidad

  • 18h10 – Diálogo entre participantes para articulação e integração de agendas em comum
  • 18h30 – Encerramento

Dia 29 de março

  • Evento internacional para o lançamento Regional do Informe Mundial da Água 2023

Reunião Regional de Ecohidrologia – América Latina e Caribe

Participação de 12 países, reunidos em Conceição do Mato Dentro

Local: Auditório – Instituto Espinhaço

Prédio da Fundação José Aparecido de Oliveira

Rua Daniel de Carvalho, Nº 260 – Centro

Conceição do Mato Dentro

 

Participantes Instituição País
Jorge Pilar GT Ecohidrologia Argentina
Jhon Bowleg GT Ecohidrologia Bahamas
Henrique Marinho Leite Chaves GT Ecohidrologia Brasil (Brasilia)
Francisco Riestra GT Ecohidrologia Chile (Santiago)
Beatriz Hernandez Colombia GT Ecohidrologia Colombia
Anny Chávez Quirós GT Ecohidrologia Costa Rica
Marcos Albarracín GT Ecohidrologia Equador
Evens Emmanuel GT Ecohidrologia Haití
María Antonieta Gonzáles Balandra GT Ecohidrologia México
Viveka Sabj GT Ecohidrologia Uruguay
Rodrigo Sanuesa Ministro do DG Agua Chile
Karima Lice Directora de Agua Panamá
Louis Patrick Hill Chairman Dominica
Camila Tori UNESCO Chile (Santiago)
Miguel Doria UNESCO Montevideo (Uruguay)
Glauco Kimura UNESCO Brasil (Brasilia)

 

  • Apresentação dos posteres de projetos que estão sendo executados no município de Conceição do Mato Dentro por instituições da sociedade civil, Prefeitura Municipal, Anglo American e outras empresas.

Local: Salão Nobre da Prefeitura Municipal

  • Caminhada Ecológica até o Córrego Cuiabá, local de fundação simbólica do Município: Reflexão sobre as Águas e lançamento do Pacto pelas Águas.
  • Retirada da faixa do Marco Zero do “Compromisso pela Regeneração das Águas” em Conceição do Mato Dentro.
  • Inserção da Cápsula do Tempo, com cenários atuais e propostas para a melhoria da qualidade e quantidade das águas em Conceição do Mato Dentro – a Cápsula do Tempo deverá ser aberta no dia 29 de março de 2033.

30 de março

  • Plantio de mudas nativas na nascente do Rio Santo Antônio, no distrito de Santo Antônio do Cruzeiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

11 − three =

Menu