Na semana em que comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Instituto Espinhaço, em parceria com a Prefeitura de Mariana, deu início ao projeto Produtor de Águas em Mariana. Para além dos discursos, comuns a essa data, o Instituto Espinhaço e a Prefeitura de Mariana promoveram ações efetivas, no território! Na última quarta-feira, o diretor administrativo do Instituto Espinhaço, Felipe Xavier esteve ao lado do prefeito Duarte Júnior, do secretário de Meio Ambiente, Rodrigo Carneiro, do vereador Juliano e do representante do Instituto Estadual de florestas – IEF, José Augusto Loes, para realizar um plantio de árvores nativas na pista de caminhada Alameda dos Inconfidentes.

A partir da próxima semana a equipe do Instituto Espinhaço começará a mobilizar os proprietários para identificar as áreas que serão beneficiadas com o maior esforço efetivo de recomposição florestal de nascentes e áreas de recarga hídrica no município desde o rompimento da barragem de fundão, há cerca de três anos. A tragédia deixou 19 pessoas mortas e uma rastro de degradação ambiental de mais de 1.600 hectares na bacia do Rio Doce.

Durante as visitas aos proprietários será realizado o levantamento preliminar com informações cadastrais, divulgação e adesão às ações de restauração de florestas e do solo. Serão avaliados também aspectos técnicos para levantamento de especificações sobre o tipos de solo, níveis de declividade, espécies arbóreas nativas predominantes, indicação de espécies a recompor, indicação de espaçamento de execução de plantio direto e indicação de quantitativo de mudas a recompor por área selecionada. No segundo momento será confeccionada a base georreferenciada das áreas disponibilizadas para recuperação ambiental e um relatório com as informações de metragem de cercamento e quantificação de barraginhas e terraços a serem realizados.

O projeto Produtor de Águas em Mariana vai implementar ações que possam demonstrar uma nova modelagem de revitalização de bacias hidrográficas através da recomposição  vegetal, ações de conservação do solo e da água, fomento ao engajamento socioambiental com oficinas e capacitação de brigadas de combate aos incêndios florestais. Serão realizados também processos de proteção, recuperação e manutenção de áreas, aproximadamente 100 hectares, em uma composição dos serviços de plantio de espécies arbóreas nativas, barraginhas, terraceamentos,  monitoramento e manutenção das áreas recuperadas.

Usando da experiência e todo conhecimento técnico, científico e prático adquirido pelo Instituto Espinhaço na execução do maior projeto de restauração florestal realizado em Minas Gerais e um dos maiores do Brasil nos últimos anos, o Semeando Florestas Colhendo Águas na Serra do Espinhaço, este novo desafio que está proposto para Mariana propõe o fomento de ações que mitiguem os impactos decorrentes da tragédia e seus impactos nas bacias hidrográficas do município, das pequenas às médias, que apresentam sinais de degradação do ponto de vista ambiental, com baixo índice de cobertura vegetal, o que compromete a sustentabilidade dos serviços ecossistêmicos, indispensáveis para o equilíbrio ambiental, sustentabilidade rural e, segurança hídrica para a população rural e urbana.

Após os plantios de mudas de espécies florestais nativas, serão realizadas atividades de manutenção e monitoramento das ações implantadas para conservação e recuperação ambiental das áreas selecionadas para o Programa. O projeto ainda irá fazer a adequação de estradas vicinais e estimular práticas mecânicas de conservação do solo e da água.

Para as comunidades beneficiadas, estão previstas também atividades educação ambiental integrada, alinhada à difusão dos 17 ODS e da Agenda 2030. As propriedades selecionadas receberão o cercamento para nascentes e APP’s. Está previsto no projeto a construção de um viveiro para produção de mudas com capacidade de produção de 300 mil mudas por ano.